Faleceu repentinamente o amigo, o músico e Maestro, o Comendador da Ordem de Mérito da República Portuguesa, Sr. Professor Manuel Emílio Porto. Foi Deputado Regional na I e II legislaturas; Autarca na edilidade lajense; Padre e Oficial Miliciano. Foi o fundador e criador, mentor e ensaiador desde sempre do Grupo Coral das Lajes do Pico.
Com o enorme respeito que lhe tributava e que sabia ser recíproco, não encontrei melhor homenagem, do que me socorrer de parte do meu testemunho publicado n’O Dever, em Maio de 2011, intitulado:
“ Gravação de mais um CD do Grupo Coral das Lajes do Pico. Será o último desta fase?” E transcrevo:
“Caros leitores, num misto de alegria e alguma preocupação, se é que tal é possível, trago-vos hoje um tema diferente:
Durante esta semana, o Grupo Coral das Lajes do Pico está realizando na Matriz Lajense, os trabalhos de gravação de mais um CD, com o contributo competente e qualificado do técnico da RDP-Açores, Raul Resendes e sob a orientação musical e artística do seu maestro, o Comendador Manuel Emílio Porto, o que se é sinal de júbilo e aplauso, porque poderá ser o último sob a sua orientação, então nos enche de tristeza e de consternação…
Há já mais de vinte anos que por ali passo muitas horas durante o ano, numa salutar actividade lúdica, preenchida com algo de que sempre gostei: ensaiar e cantar os trechos musicais que Manuel Emílio Porto, e só ele, prepara para os diversos naipes do nosso Coral. Não sou dos pioneiros desse grupo, hoje restrito a alguns vivos e que em Agosto de 1983 deu corpo a um projecto que, sendo então pensado só para comemorar condignamente o Centenário da Festa de Nossa Senhora de Lurdes, na vila baleeira, veio, felizmente, a se prolongar durante mais de duas décadas, para algo que se transformou num honroso historial de actuações, que nos enobreceram por muitas terras, por esse mundo além. Desse grupo inicial do qual não tive a honra e felicidade de pertencer, lembro com saudade a Dª. Maria dos Santos, o Sr. Manuel Xavier, o Sr. João Brasileiro, o Sr. José Lopes, o amigo José Aurélio, a Dª. Adelaide, a Dª. Palmira e o meu irmão Paulo Luís, entre muitos outros, também já falecidos, mas a todos esses pioneiros, muitos ainda fazendo parte do numero dos vivos, aqui presto a minha homenagem sentida, calorosa e de gratidão.
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Mas, mesmo que continue na orientação do Coral das Lajes, o que se espera e modestamente daqui endereço o meu caloroso incentivo, por sua manifesta vontade, talvez seja o último trabalho de gravação do Coral das Lajes sob a direcção musical de Emílio Porto e daí a nossa tristeza e consternação por ver que, talvez, por falta do calor humano de que este Grupo era credor, parece ir-se como que seguindo, muitas vezes, quase como que esfriando, principalmente da parte de alguns, extremamente válidos e de enorme qualidade musical que, ainda muito podiam ajudar, mas que, não sei se por mero comodismo, vão-se retirando e abandonando um barco que ainda teima e consegue navegar, e bem, de vento em popa…
Um grande abraço e um bem-haja ao caro amigo Maestro e Comendador, Professor Manuel Emílio Porto e votos de longa vida ao precioso e quase único bastião da musica coral da nossa vila (para além do Coral Dominical da Matriz) o sempre celebrado e inquestionável Grupo Coral das Lajes do Pico. Podem duvidar, mas é difícil contestá-lo…”
Foi mesmo o último CD do G. Coral das Lajes sob a direção do Comendador e Professor Emílio Porto…
Aqui de Lisboa endereço as minhas Sentidas Condolências à esposa Dra. Maria de Jesus Maciel, ao irmão José Porto e restantes familiares, com um emocionado
ATÉ SEMPRE amigo Sr. Emílio Porto.
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